domingo, 25 de agosto de 2013

O fim de um ano sabático...































Foram 6 meses viajando por vários países e 6 meses em casa, sem trabalho, sem rotina, sem compromissos.


Sempre amei viajar. Ingressei na faculdade de turismo com a doce ilusão de que poderia unir minha paixão ao meu trabalho. Achava que por me formar em turismo poderia ser turista! Ledo engano. Passei 10 anos na hotelaria trabalhando freneticamente, em duras escalas 6x1 sem nem mesmo ter tempo de muambar no Paraguai. Além de ganhar de presente algumas varizes pelas longas horas em pé atrás de uma recepção. Ou contabilizar muitos quilos de bagagem extra mudando de cidade a trabalho. Ou ainda, gastar muita sola de sapato visitando clientes de sol a sol. Junta tudo isso ao fato de eu ser uma workaholic... Cansa.

Estava na hora de parar. Pelo menos por um tempo...

Em 2012 decidimos largar tudo e fazer uma grande viagem. Saímos, Fernando e eu, com uma mala na mão, passaporte e muitos sonhos. Foi a experiência mais libertadora da minha vida!

E aprendi como a felicidade cabe dentro de uma mala e pesa 32 kg.
Aprendi que não preciso de carro do ano, o melhor cargo no trabalho, casa decorada com uma TV gigante. Lá eu nem tinha TV! Também não tinha carro, e trabalhava carregando bandeja em casamentos indiano. Aprendi por fim que experiências são muito mais valiosas do que bens.


Fui e nunca mais voltei. A antiga Rafaela ficou em algum lugar por aí, e quem voltou foi uma pessoa muito diferente, com outras visões, mais desapegada com coisas materiais, mais apegada com a família, e com uma mente muito mais aberta.

Historicamente, o Shabat é o dia de descanso de origem judaica, simbolizando o sétimo dia em Gênesis, após a Criação. O mundo evoluiu e o homem aderiu ao Shabat ao longo dos séculos. Hoje é comumente feito por pessoas que querem se auto-conhecer, se reciclar, estudar, descansar, EVOLUIR.

Ao contrário do que muitos pensam, não é impossível parar de trabalhar por um tempo e dedicar-se a si próprio. Definitivamente não é coisa só para rico. Basta um pouco de planejamento.
É um ótimo tempo para você colocar em prática aquele projeto pessoal. Aquele curso que está fora do rol business exigido pelas empresas. Durante muito tempo, escrever meu blog, fazer meu curso de desenho eram minhas únicas responsabilidade.

Durante toda a vida, sempre tive vontade de ter meu próprio negócio, com a segunda doce ilusão de que não ter chefe é sinônimo de tranquilidade. Durante todo esse ano sabático pensei muito nisso, e tinha certeza de que seria a melhor hora de largar toda a carreira que até então eu tinha construído.

Mas outra coisa que eu aprendi, é que as opiniões mudam. As vontades mudam. As prioridades mudam. O trabalho deixou de ser a coisa mais importante na minha vida. Então me sinto realizada em qualquer trabalho justo, que possa me garantir umas viagens e outras por aí.

Parece que os seis meses de viagem passaram mais rápido do que um dia do meu trabalho workaholic.
A difícil volta de um ano sabático para a "realidade", a rotina, é marcado por uma inquietação constante. De vontade de voltar a cair no mundo. Mas a vida continua...

Foi um ano sem saber o que era dia útil. Sem me preocupar que dia da semana era. Perguntar qual o dia do mês então, era uma pergunta quase impossível de ser respondida! Todo dia era Sábado. Mas isso também cansa...
Enfim, estou de volta à hotelaria, menos workaholic, e já pensando em quando será a próxima jornada.

Um comentário:

  1. Tive que nomear a fase na qual estou e restou "período sabático". Ainda sem grandes viagens, mas aproveitando muito um tempo sem relógio, sem neuras, só para colocar a vida em ordem. Isto devia ser instituído mundialmente, não esperar pela aposentadoria para dar uma parada e sim de tempos em tempos.

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